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Frente dos rebeldes sírios em Aleppo desmorona e leva pânico a refugiados
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Ofensiva lançada pelas tropas de Bashar al Assad com apoio russo encurrala refugiados
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Um guia para entender quem é quem no complexo conflito da Síria
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As linhas rebeldes no norte da Síria desmoronam rapidamente nos últimos dias, por causa da intensificação da ofensiva contra Aleppo realizada por forças leais ao presidente Bashar al Assad , apoiadas por combatentes xiitas e pela aviação russa. Na última segunda-feira, as fileiras do regime se situavam nos arredores de Tal Rifat, a apenas 20 quilômetros da passagem fronteiriça de Öncüpinar/Bab al Salam, entre a Turquia e a Síria. Tal proximidade causa grande ansiedade entre os refugiados que se aglomeram junto à fronteira .
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“Somos atacados por todos os lados: Assad, o Estado Islâmico , os curdos...”, queixava-se Kazim Kenyo, um combatente rebelde da Frente Levantina que recebia atendimento no hospital turco de Kilis depois de ficar ferido em combate com o Estado Islâmico (EI). De fato, há uma forte pressão sobre a já estreita faixa do norte da Síria controlada pelo grupo rebelde – que reúne desde a oposição moderada a Assad até grupos jihadistas. O EI há meses assedia a região de Marea; os curdos do cantão de Afrin tomaram três aldeias rebeldes nesta segunda-feira; e o regime avança a partir do sul numa manobra para sitiar Aleppo, controlando a rodovia que dá acesso à Turquia – uma via que é usada por dezenas de milhares de pessoas para fugir da cidade e que é também a principal fonte de provisões para a frente rebelde. “A rota norte está interrompida pelos combates”, confirmou ao EL PAÍS Christine Nyirjesy, porta-voz da ONG Mercy Corps, com presença in loco.
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Civis em pânico
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“A situação humanitária é péssima. Os civis entraram em pânico”, relatava um ativista sírio que está dentro de Aleppo, onde muita gente estoca mantimentos para resistir a um possível cerco, o que faz os preços dispararem. A única rota de fuga para escapar dos bombardeios russos é por estradas secundárias e trilhas a oeste da cidade, que era a mais povoada da Síria antes da guerra civil. Esses caminhos, que levam à província de Idlib e à passagem fronteiriça de Reyhanli-Bab al Hawa, já receberam mais de 10.000 fugitivos, segundo o vice-presidente do Crescente Vermelho turco, Kerem Kinik. A eles se somam outros 90.000 refugiados no norte da província do Aleppo, sob controle rebelde. “É uma das maiores ofensivas que vimos desde o início da guerra . Teme-se que Aleppo fique cercada e as pessoas morram de fome.”
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O regime de Assad avança em Alepo (gráfico em espanhol).
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Numa improvisada entrevista coletiva na passagem fronteiriça de Öncüpinar, três ministros do Governo interino formado pela oposição síria denunciaram que a Rússia comete “crimes de guerra”, queixaram-se da “passividade internacional” e exigiram que o Conselho de Segurança da ONU garanta a aplicação da resolução 2.254, que pede às partes o fim imediato dos bombardeios indiscriminados e ataques contra alvos civis. Os representantes da oposição solicitaram também a criação de uma “zona segura” para os refugiados.
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No campo de refugiados de Öncüpinar, na Turquia, o sírio Hassan Salih, de 17 anos, se desesperava ao receber notícias sobre o avanço do regime na direção da sua cidade natal, Tal Rifat. “Quero pegar em armas e ajudar a oposição. Não sou só eu, somos dezenas que queremos voltar à Síria para combater, mas a Turquia não deixa.” Fora do acampamento, junto à fronteira, zanzava um barbudo de 30 anos que se identificou como Abu Hazer Ansari, membro de Frente al Nusra , filial síria da Al Qaeda: “Preciso me unir aos meus irmãos na jihad contra Assad”, dizia. Ferido meses atrás, Abu Hazer se dizia recuperado para voltar a combater, mas se queixava de estar sendo impedido pelas autoridades turcas de regressar ao seu país. “Sou muito grato à Turquia por ter me curado, mas precisam me deixar voltar. Nossos rapazes são os mais valorosos, um de nós equivale a dez soldados dos demais grupos.”
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Uma das razões para o desmoronamento rebelde são as rixas entre facções. As tentativas de unificar o comando foram infrutíferas, e isso está motivando uma radicalização dos que se opõem a Assad. Um porta-voz do grupo salafista Ahrar al Sham relatava recentemente a este enviado que “se a revolução [ou seja, o lado rebelde] fracassar, muitos irão aderir ao EI”.
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Crimes contra a humanidade em prisões sírias
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O Governo sírio realiza uma política de “extermínio” em suas prisões, afirmou nesta segunda-feira uma comissão da ONU que documenta violações dos direitos humanos na guerra civil síria. Os investigadores acusam o presidente Bashar al Assad de crimes contra a humanidade, mas, segundo o relatório, baseado em entrevistas com 621 sobreviventes e testemunhas entre 2011 e 2015, a Frente al Nusra e o Estado Islâmico também cometeram delitos de guerra.
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